Thursday, December 29, 2016

"Bebendo as estrelas" Part Deux....




Nossa segunda matéria saiu, na edição de Dezembro do Nossa Gente, e se chama "Bebendo as Estrelas" . (Clique no link aqui e veja a matéria digital)

Nós quisemos focar somente em Champagne, mais como região, história e produtos, do que o fato de ser a bebida indicada para festas de fim de ano. Fica complicado conseguir resumir em uma página de jornal o tanto de história, curiosidades, tipos de produtos e tudo que Champagne, como região e bebida, tem. Existem livros e mais livros sobre o assunto, então tivemos que dar uma resumida master, pra conseguir colocar informações úteis e interessantes para os nossos leitores.

Como temos o blog, podemos escrever mais sobre o assunto, mais sobre nossas opiniões. Meio que uma continuação da matéria.

Algumas curiosidades que não deu pra escrever na matéria (pra quem não viu o link acima, pode-se acessar a matéria digital aqui ..rs).
Já me perguntaram por que que não se produz vinhos "normais", sem ser espumante, em Champagne, já que é uma região mundialmente e historicamente famosa.

Champagne fica no Norte da França,um frio animal, e por não fazer taanto sol e calor, as uvas não conseguem maturar completamente, como em regiões onde são produzidos esse vinhos "normais". Então são produzidos os vinho base, e depois o açucar adicionado, com uma pitada de levedura, que é quem transforma o açucar em álcool e produz as borbulhas (podemos pensar como flatulências da levedura, colocando bem toscamente..rs)




Basicamente é o seguinte. Existem 3 principais maneiras de se fazer um espumante (existe uma quarta, mas só é usado em espumante muito sem vergonha, que é a injeção de dioxido de carbono artificialmente, estilo refri.). E as maneiras são:

1 - Méthode Champenoise ou Méthode Traditionelle: O método mais lento, por isso mais caro. Champagnes são produzidos apenas dessa maneira, porém não é só lá que é usado esse método (detalhes mais pra frente). Vinho base é feito (Pinot Noir, Pinot Meunier e Chardonnay), levedura e açucar (conhecido como Liqueur de Tiráge)  inseridos no vinho base pra segunda fermentação rolar e os "flatos" produzidos, e ai em seguida a parte demorada. As garrafas então são colocadas numa prateleira, deitadas em ângulo, pros sedimentos da levedura afundar, fazendo com que vá para o pescoço da garrafa. Ai então de tempos em tempos todas as garrafas são giradas de pouco em pouco, para que o sedimento todo afunde e fique no pescoço da garrafa. Uma vez a volta toda é dada, e o "resto"da levedura está no gogó da garrafa, esse gogó é então congelado e removido da garrafa. Uma vez isso acontecendo, mais açucar é colocado na garrafa ( Dosage - Liquer d'expedition), pra meio que suprir oque se foi perdido nessa "degola" da garrafa. Um gogó novo é inserido e a rolha colocada. Viu, um processo punk, demorado e extremamente artesanal.


 - Outros espumantes que usam esse método: Cava espanhola, Franciacorta italiano e Cremánt que são espumantes produzidos na França, porém não em Champagne.  - 

2 - Método Charmat ou método Italiano: Método inventado na Itália,. Prosecco e Asti (Itália) são feitos dessa maneira.

3 - Transfer Method:  Quase igual ao Método tradicional, porém com a parte final da produção sendo feita em tanques, ao invés de finalizado na garrafa. Então o suco é envelhecido nas garrafas, porém dali são transferidas para um tanque de aço inox, pra clarear (sedimento de leveduras afundam no tanque e são então retirados) , ai o açucar é adicionado no tanque, e dai então engarrafados e rolhas colocadas.

Agora algumas curiosidades/dicas sobre Champagne:

1 - Diz-se que a taça original de Champagne ( Champagne Coupe) foi criada de um molde de um seio da Marie Antoniette.* Não se sabe se é 100% verdade.

2 - Uma rolha estourada de Champagne viaja a mais ou menos 40 milhas por hora.

3 - Numa garrafa de 750ml de Champagne tem em torno de 49 milhões de borbulhas.

4 - Se você colocar uma uva passa numa taça de Champagne, ela vai afundar e subir continuamente..

E por último:

5 - Se você tomar Champagne (ou espumante em geral) muito rápido, as borbulhas fazem o álcool entrar na sua corrente sanguinea super rápido, causando, muito provavelmente, dor de cabeça!

Existem outros vários fatos, mas esses são alguns.

Acho que tá bom por Champagne. Assim que for pensando em mais coisas, vamos postando, ou retificando, porque ninguém é perfeito!!! HA!

Santé!

Friday, November 18, 2016

NASCEU!!!!!

Rapaz, e não é que aconteceu mesmo??!!
Saiu nossa primeira matéria impressa sobre vinhos aqui nos EUA.

Fazemos parte agora do SELETO grupo de colunistas de um jornal voltado para a comunidade brasileira em Orlando e nos EUA em geral, chamado Nossa Gente. Nossa coluna mensal será voltada ao Vinho e Gastronomia, porém com mais ênfase no vinho e tudo que engloba essa paixão, como educação, cultura, dicas, que fazer (ou deixar de), oque tomar, onde ir


(clique na foto para ir ao link da reportagem digital)


Apesar de não termos atualizado tanto o nosso blog (o Uncorked né, porque o da Dani, o sesouberteconto tá super atualizado, com posts quase semanais).

Bom, acho que com essa nova oportunidade, teremos mais gás pra atualizar o blog mais frequentemente, com novidades. 

Como o blog é uma parada mais pessoal, a linguagem aqui é um pouco mais chula que oque faremos na coluna do Nossa Gente, por motivos óbvios...rs, mas o assunto será o mesmo!!!

É isso ai, galera, pros que estão aqui no Norte e tiver acesso ao Nossa Gente impresso, cópias são deixadas em todas as lojas e restaurantes brasileiros. Pros que estão em terras tupiniquins, sempre terá o blog ou a página digital do Jornal.

É isso ai!!! Vamo que vamo e até breve!!!

Cheers!!

Friday, October 28, 2016

Harmonizando tudo

Eu tenho um cantinho especial no meu coração pra harmonizações - acredito firmemente no poder de um casamento bem feito entre uma comida e um vinho, resultando numa experiência gastronômica ainda mais prazerosa!


Um brie en croute fica ainda mais maravilhoso com uma taça de chardonnay, desses bem amanteigados, como o La Crema ou o Chateau St. Michelle




Ou então, pra ficar so na America do Sul, que tal uma picanha com um Malbec Argentino, desses de gente grande, como os Bodega Catena Zapata?


Porem, por razoes que a própria razão desconhece (wink wink), eu acho que HARMONIZAR UM VINHO VAI ALEM DE ELEVA-LO NO PALADAR: pra mim, toda a experiência sensorial conta.



Por isso, quando eu penso em harmonização de vinhos, eu penso em outras coisas que afetam a experiência como um todo: coisas que potencializam os sentidos, como a musica, as cores, a apresentação, o humor, a companhia, etc. E esses fatores podem tanto maximizar como minimizar uma degustação… Quer ver?


Eu AMO cheiro de café. Qualquer dia que eu tenha que acordar cedo fica justificado se aquele cheirinho de café quentinho, recém-feito invade a casa. Porém se eu sentir cheiro de café na casa quando estiver prestes a tomar uma Veuve Clicquot, eu sei que meus sentidos enológicos vão brochar… Se fosse o cheiro de uma tortinha de maça saindo do forno, ou, não so o cheiro, mas o aroma e as cores de flores do campo, essa mesma Veuve Clicquot seria ainda mais apreciada!




Por outro lado, se aquele cheirinho de café esta no ar, e por acaso, em minhas mãos caiu um Pinotage Sul-Africano: bingo! Harmonização perfeita!




Eu sei que, nesse aspecto, é possível argumentar que ainda estamos no mundo dos aromas que, convenhamos, é uma parte essencial das degustações de vinho… Então, se desinibe e pula nessa alucinação comunitária aqui:

A pergunta é: qual vinho vai bem com essa musica? 




A (minha) resposta: Pinot Grigio. 



Por que? - voce pode perguntar. 

E eu digo: pelas notas.

Eu estudei musica, muitos e muitos anos. Sei bem da parte técnica, toco piano, violão e bateria na moral. Mas a melhor lição de musica que eu tive é algo que não se estuda, porque vem de dentro, não de fora: como a musica faz voce se sentir. 

Essa musica da Lorde tem muitas notas que eu chamo de notas “felizes”, acordes maiores (tipo As, Cs, Ds, etc). Apesar da letra, da temática, da própria cantora serem meio darks, a melodia (feita pelas notas) é alegre, é “6:30 da manha, o sol ta nascendo”.

E eu acho o Pinot Grigio um vinho feliz assim também. Um vinho “cafe-da-manha”. As notas florais frescas, de brisa do mar, de pera e nectarina… Não tem tristeza!

Por outro lado, não da pra harmonizar essa musica com um Cabernet Franc.



Agora, um Pearl Jam com Cabernet Franc, a qualquer hora, em qualquer lugar:



Gente, me diz se isso não é musica de ouvir com um vinho robusto, tanico, meio que difícil? E não to dizendo que se trata do Cabernet Franc da depressão, mas é que as vezes voce precisa de se concentrar, encarar coisas difíceis, notas “tristes” (que em contrapartida são os acordes menores, tipo Am, Dm, Bm, super presentes nessa musica-exemplo), pra apreciar as notas “pesadas” de uvas como Cabernet Franc…

E pra acrescentar mais duas pitadas de loucura, pensa tomar aquele Pinot Grigio, ouvindo a musica Team, da Lorde, num parque urbano, no meio de arvores, com gente andando de bicicleta ao seu redor, o cheirinho da grama fresca, raios de sol e uma brisa? P-E-R-F-E-C-T-I-O-N!




Com o Cab. Franc e Pearl Jam? Nao rola.


Pra harmonizar o Pearl Jam e um vinho tinto complexo voce precisa de um ambiente fechado (um pub?), de preferencia com algum tipo de fumaça (charuto? cachimbo?), pouca luz (velas?), e pouca distração - talvez pra tentar apreender as nuances do vinho.



Ok, ok. Chega dessa viagem.


Mas, numa hora dessas, quando voce estiver tomando aquele vinho que voce toma sempre, e achar que ele esta particularmente melhor do que o normal, repare no ambiente ao seu redor. Nos sons, cheiros, cores… Minha aposta é que voce harmonizou o vinho com a vida.

Thursday, September 22, 2016

Julgar um livro pela capa




Julgar ou não um livro pela sua capa ( Ou vinho pelo seu rótulo).
Quantas vezes já ouvimos esse jargão “Nunca julgue um livro pela sua capa” ?
Nossas mães, pais, avós, professores, etc., sempre nos falavam isso, mesmo quando a última coisa que se referiam era de fato um livro.
Essa frase pode ser incorporada em várias instâncias de nossas vidas, desde quando falamos de alguma pessoa ou algo muito mais importante que apenas a capa de um livro, no sentido literal da frase.


O que isso tem a ver com o mundo enológico? Simples,  quem nunca comprou um vinho pq achou o rótulo irado, que atire a primeira pedra.
Algumas fontes dizem que essa arte em rótulos em garrafas de vinho vem da Grécia Antiga, mas na verdade os primeiros detalhes em rótulos foram encontrados no Egito antigo, incluindo informação quanto a safra, região, etc. Informações essas que são obrigatórias até hj por lei e que na verdade só está ficando cada vez mais específica.
Deixarei pra falar das informações técnicas de rótulos em outro post. É uma parada meio chata, mas precisa falar pq tem sim coisas interessantes e dá pra filtrar várias coisas, principalmente sem conhecer maiores detalhes do produtor.


Bom, voltemos à “Capa do Livro”.
Eu lembro que, quando eu era pequeno, eu adorava ir à Bienal do Livro em SP. Quem me conhece bem sabe que nunca fui muito de ler, mas eu adorava ir na Bienal pra ver os livros (ou capas). Sim, comprei alguns por causa da capa. Fazer o que? Eu sou muito visual. Adoro desenhar, gostaria de ter aprendido a pintar quadros. Sei que é só levantar a bunda, arrumar o material e meter tinta. Quem sabe um dia...

Anyways, voltando à arte em rótulos. Apesar de não ser sempre, acredito sim que vc consiga identificar algumas coisas sobre o produtor (fora as informações técnicas escritas nele), mesmo que muito superficialmente, olhando pro rótulo.
Não custa nada lembrar que, claro, isso não é uma regra. É apenas uma opinião de quem já viu algumas várias centenas de rótulos.
Dá sim pra você formar um certo pré-conceito de um vinho/produtor dependendo do rótulo. Se o papel usado é de boa qualidade, a impressão/tinta são de boa qualidade, até a fonte usada. Mano, se o cara usou uma font estilo uma  COMIC SANSinha sem vergonha, usando um papel meio que plastificado, daqueles que grudam duma maneira que não tem acetona que tire, muito provavelmente o vinho não será grande coisa. O cara precisa ter um pouco de carinho na apresentação do seu produto, no meu ponto de vista.
Se o cara não tem verba nem pra escolher um material melhor, ou investir num design legal pro rótulo, ele dificilmente terá verba pra produzir um vinho de alta qualidade. Note que o DIFICILMENTE  (acima) está grifado e em negrito, porque isso não é uma regra talhada em pedra.
Claro, pelamordedeus, não vá agora achar que se o rótulo é feio que mto provavelmente o vinho é ruim. Não to falando isso, mas fique sim com uma pulga atrás da orelha.
Claro, como grande maioria das coisas no mundo do vinho, a resposta de muitas perguntas é “Depende” ou “não necessariamente”.
P: “Então todo vinho com rótulo feio é ruim?”
R: “Não necessariamente”

P:”Então todo vinho com rótulo de alta qualidade será bom?”
R: “Não necessariamente”

Por exemplo, se vc for ver os vinhos do velho mundo (França, Itália, Espanha, Portugal, etc..) os rótulos são super tradicionais, às vezes de centenas de anos atrás, ou no caso de alguns produtores em particular, os caras tem um produto tão foda que ele realmente não precisa investir em design de rótulo.
Nele tem o nome da vinícola, provavelmente um desenhinho sem vergonha do Chateau (Finca, Bodega, o que seja), a safra e punto. Rótulo colado pela avó do produtor, garrafa por garrafa. Isso tudo tb “pode”, não to falando que não pode. Muito pelo contrário. Pode e deve. Mas os caras tem o produto pra segurar a barra.

Por outro lado, e isso acontece também muito no Novo Mundo, os caras são tão oitavo dan em Marketing, que às vezes o vinho é super fraquinho mas o rótulo é tão irado, que vc nem acaba ligando se o vinho é bosta.

Existe um estudo que diz que em torno de 27% dos vinhos comprados, o consumidor não faz idéia do que tem dentro da garrafa. Compra feita por indicação de amigo, garçom, ou algum formador de opinião que indicou. E cada vez mais, esse estudo também diz que compra-se vinhos dependendo da arte dos rótulos.

Vou pegar alguns exemplos.  Alguns dos “rótulos” mais irados que já vi, onde os vinhos são mto bons, ou onde o rótulo é bem meia-boca, porém o vinho ótimo, outro com rótulo lindo e o vinho meia-boca

1 – Um produtor californiano que manda mto nos rótulos, um dos meus preferidos e os vinhos são TOP, é o Orin Swift, de Sta Helena, CA


- Mercury Head – Cab. Sauvignon ANIMAL!!! Pensa num C.S. Napa, soco na cara! Esse é um. O “rótulo” é um dime (moeda de 10 centavos americanos) feito de mercúrio, uma edição limitada produzida de 1916 a 1945. O enólogo responsável por esse vinho colecionava essas moedas quando criança e depois de adulto, recebeu uma dessas moedas no troco, oque acabou dando a idéia pra ser a “capa do livro” de sua autoria.

2 – Turley Wines – Um dos primeiros, se não o primeiro Zinfandel que me foi apresentado. Californiano, um dos melhores vinhos que já tomei. Saquem só o rótulo. Simples, sem mto fru-fru. Turley escrito em um micro alto-relevo, dourado

Pátcha vinho!!! Complexidade absurda. Se você procurar a palavra Zinfandel no dicionário, deveria ter a foto desse vinho como sendo a descrição da palavra. Fruta mto fresca, “espinha dorçal” super presente, ou seja, é daqueles que vc bebe e fica tentando entender oque acabou de acontecer.
Turley tem vinhedos em vários lugares na california. Eles produzem na sua grande maioria Zinfandel, mas Turley tem vinhedos em vários lugares na california. Eles produzem na sua grande maioria Zinfandel, mas teve sua primeira safra de Cabernet Sauvignon há uns 3 anos atrás. Muito bom também, mas os Zins são fenômenos.

3 – Charles Shaw ou mais conhecido como Two Buck Chuck

Vinho da rede de supermercados Trader Joe’s.
Tá, legal legal, mas se for para pra ver a QUALIDADE, é completamente discutivel (Sim, vou tomar esporro da Dani por isso). Mano, por 2.99, sinceramente, não tem como ser de estupenda qualidade. Claro, nós compramos as vezes tb, só pra ter aquele chardonnayzinho madeira, engana trouxa, pra dar uma refrescada na serpentina. Só  não ache que seja uma jóia porque não é. 


4 – E um exemplo do velho mundo, de um dos vinhos mais caros do mundo. Chateau Margaux.

Simples, pá e bola. Sem mto lero-lero. Também, com um nome desse, não precisava nem ter rótulo 
Bom,  agora uns exemplos de rótulos de produtos do clube de vinho NAKED WINES, onde assinamos e recebemos remessas de 2-3 meses a 2-3 meses. Vinhos de na média 15 doleta. Claro tem uns vinhos ótimos que repetimos em quase todos os nossos pedidos, mas tem tb alguns que não são GRANDES coisas. Não são péssimos (não sei se demos sorte), mas tem uns um pouco menos elaborados, porém com rótulos irados. Tanto que temos um lustre em casa onde tem lugar pra colocar garrafas de vinho vazias, pra decorar e grande parte das garrafas que temos são da Naked Wines. (Veja abaixo alguns exemplos). A do meio não é da Naked Wines, mas acho esse rótulo irado.

          


Como já disse acima, claro que já comprei um vinho porque achei o rótulo lindo e fui ver, o vinho era de qualidade MTOOO discutivel. Parabéns, produtor, me enganou. Mas só por uma vez. Guardei oque de fato prestava, que era a garrafa, e nunca mais....moving on.

Resumindo, as vezes eu julgo sim o “livro” pela capa. Não devo? Oh well!!! 






Tuesday, September 13, 2016

Piacere di conoscerti!

É difícil falar de vinhos italianos sem falar de clássicos - e são tantos! 

A Italia conseguiu aprimorar a cultura do vinho e produzir tanta coisa boa que eu acho particularmente difícil experimentar coisas novas, ja sabendo das tantas delicias disponíveis por ai…

Mas, superando o obvio, devo dizer que o meu primeiro amor italiano não foi um Chianti ou um Nebbiolo, nem mesmo um Prosecco: foi um Nero D’Avola.

E em homenagem a esse amor, resolvi escrever esse post e, quem sabe, inspirar novas descobertas… GO EXPLORE!

Nero D’Avola: diretamente da Sicilia para o mundo! Super versátil, essa uva é um fenômeno seja em cortes 100% ou em blends. Vamos lembrar que a estrela da Sicilia por anos e anos brilhou com o vinho Marsala, que encontra seu lugar ao sol entre vinhos Madeira e Sherrys. O solo vulcânico siciliano, bem seco, e o clima quente, produz uma fruta super vigorosa, e os vinhos Nero D’Avola vem a mesa com teor alcoólico mais alto do que o “normal”, com notas bem acentuadas de frutas vermelhas. Apesar de ser um vinho bem encorpado, ele vai bem com pratos mediterrâneos vegetarianos com base de beringela, abobrinha e pimentão. Na verdade, minha sugestão é prepare esses 3 grelhados, coloque numa fatia torrada de pão italiano, azeite, sal e voila! Crostini de vegetais :)


A vinícola Planeta é maravilhosa, super recomendo! O Plumbago é 100% Nero D’Avola e inesquecível!


Verdicchio: dai que eu fui morar na região de Marche. Nunca ouviu falar né? Pois é. Fui parar la exatamente por causa disso: acho que não tem lugar melhor pra se aprender uma língua do que lugares remotos, longe dos contatos turísticos do resto do mundo… E la, do lado da minha escola-dormitório, tinha uma vinícola que produzia Verdicchio… E considerando a proximidade de Marche com o mar Adriático, tínhamos muitos pratos a base de peixes e frutos do mar, que harmonizam perfeitamente com Verdicchio que tem um perfume floral maravilhoso, mas podem ser muito delicados para quem esta acostumado com uma explosão de sabores. Então para evitar desapontamentos, pensem num Vinho Verde português… É mais ou menos isso.

Verdicchio di Matelica e...


Stocco all’anconetana, prato típico da regia de Marche, que gente, nao a toa vem a ser uma versão de Bacalhau a Gomes de Sa. Lembra do que falei do vinho verde? Pois é…

Rosso Piceno: ainda na região de Marche, que tem muitas colinas (quase tudo que vem de la se chama “Colli” alguma coisa), encontramos Rosso Conero e Rosso Piceno, que tem base de Montepulciano, as vezes Sangiovese, e atualmente, ate um pouco de Trebbiano e Passerina. Na minha opiniao, 6 anos é a idade certa pra esses vinhos que são tintos delicados, com taninos médios, e com um frescor típico de vinhos “a beira mar”… Um italiano que poderia ser da California…

O Pongelli custa aqui uns $20USD e é fenomenal!!!



Franciacorta: e foi nos Estados Unidos que eu conheci o Franciacorta! Trata-se de um espumante de sabor super clássico, da Lombardia, produzido em método tradicional, que exige respeito pela qualidade incrível e pela fermentação em garrafa, bem atípica na Italia. Aqui nos EUA, encontramos alguns Franciacorta com preços mais altos que Champagne… Mas acredito que valha o investimento. E pode ser rose também (pensa no verão no Brasil, sol e praia… perfeito!)



Tuesday, August 16, 2016

Vinhos do Brasil - na America!

Ola!

Depois de uma longa (e necessária) pausa, estamos de volta!

E em clima de Olimpiadas!

Recebemos o email abaixo de um restaurante que adoramos aqui nos EUA, o Seasons 52:




O Seasons 52 tem esse nome porque eles tem 52 menus ao longo do ano, de acordo com as estações. A proposta deles é de sempre servir pratos cujos ingredientes estejam no pico de frescor, utilizando técnicas rústicas de cozimento e preparo, como por exemplo, fogões a lenha. Da pra entender porque a gente gosta tanto de la né?!





Agora, gostamos mais ainda: com esse email eles estão introduzindo no mercado americano vinhos como Don Guerino, Salton, Casa Valduga, Miolo…

Claro que sabemos que existem outras opções mais arrojadas e interessantes, mas so de ver um brazuquinha na carta, ja da aquele animo - e a vontade de voltar sempre e continuar prestigiando o local, que de verdade, não falha!

CHEERS!